#07-nov-24: Stigler & Olson & Yeung. E Acemonglu pousa no Galeão.
Teoria da escolha pública e nova economia institucional pode nos ajudar a entender o Brasil.
Realpolitik: a teoria da escolha pública
Em seu artigo na coluna da VEJA, a Prof. Luciana Yeung — CEO da AED Consulting — analisa a Teoria da Escolha Pública (Public Choice), que combina economia e ciência política para compreender a política a partir das ações concretas de seus agentes. A autora destaca como a escolha pública oferece uma visão pragmática e desmistificadora, tratando políticos, burocratas e eleitores como agentes racionais e autointeressados. Yeung explica que essa abordagem examina os incentivos que movem esses agentes, revelando como interesses particulares podem influenciar decisões que impactam o bem-estar coletivo.
São abordadas as contribuições de grandes nomes dessa teoria, como George Stigler e Mancur Olson, que enfatizam fenômenos como a "teoria da captura" e a dificuldade de implementar políticas que beneficiem toda a sociedade devido à resistência de grupos organizados. A escolha pública, segundo a autora, lança um olhar realista sobre o processo político, desafiando a idealização de políticos como altruístas e dos eleitores como plenamente informados.
Acemonglu pousa no Galeão
Em artigo no Estadão, o Prof. Dr. Luciano Timm discute a recente concessão do Prêmio Nobel de Economia a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson, explorando seu significado para o desenvolvimento econômico e institucional no Brasil. Segundo Timm, a obra dos premiados destaca o papel central das instituições políticas na criação de instituições econômicas inclusivas e democráticas, essenciais para o desenvolvimento sustentável. Inspirados em pensadores como Ronald Coase e Douglass North, os laureados evidenciam que não é apenas a geografia ou cultura que determinam o progresso de uma nação, mas sim a qualidade de suas instituições.
Timm ressalta a importância de fortalecer o marco regulatório, garantir um Judiciário imparcial e incentivar a competição justa para que o Brasil possa romper com estruturas extrativistas e alcançar uma economia de mercado vibrante. Ele destaca que, sem reformas institucionais que garantam verdadeira participação popular e promovam o respeito a contratos e direitos de propriedade, o Brasil dificilmente alcançará um crescimento econômico inclusivo.