Medindo os impactos de mandados de vacinação para enfermeiros, na pandemia.
Quanto mais o tempo passa, mais pesquisas avaliam a efetividade das políticas públicas e empresariais na pandemia de COVID-19.
Mandados de vacinação para enfermeiros valeram a pena?
Fonte: https://www.nber.org/papers/w33072
Um recente artigo investiga os efeitos dos mandatos de vacinação impostos por empregadores em lares de idosos, combinando uma robusta estratégia quase experimental—baseada em diferenças em diferenças e análises de eventos—para responder: até que ponto os benefícios em saúde decorrentes do aumento da cobertura vacinal superam os potenciais custos de rotatividade de pessoal desconfiado ou indisposto a tomar a vacina?
Utilizando uma base de dados impressionante que abrange quase 500 milhões de turnos de enfermagem, os autores demonstram que os mandatos não só elevaram significativamente as taxas de vacinação, mas também reduziram casos e mortalidade por COVID-19, salvando, em média, uma vida a cada duas instituições, mesmo com um impacto modesto no afastamento de funcionários, principalmente entre trabalhadores de meio período.
Apresentado como parte da NBER Working Paper Series (Trabalho nº 33072, outubro de 2024), o estudo, creditado a Ashvin Gandhi, Ian Larkin, Brian McGarry, Katherine Wen, Huizi Yu, entre outros, esclarece uma das diversas medidas tomadas para reduzir o contágio na pandemia.
Quando os juízes extrapolam o seu poder
Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/direito-e-economia/quando-os-juizes-extrapolam-o-seu-poder/
No mais recente artigo da Professora Luciana Yeung, discute-se como a atuação do Judiciário sem os devidos freios e contrapesos pode gerar impactos negativos para a economia. A tendência de magistrados assumirem um papel além da interpretação da lei, tornando-se agentes ativos na formulação de políticas públicas, compromete a previsibilidade jurídica e gera insegurança institucional. Quando juízes impõem obrigações ao Estado sem considerar a sustentabilidade fiscal, os efeitos se propagam para a inflação, os investimentos e o crescimento econômico. A ausência de um debate legislativo estruturado intensifica esse problema, pois juízes não enfrentam as mesmas restrições institucionais dos políticos eleitos.
O estudo clássico de Armando Castelar Pinheiro (2003) ajuda a entender como os próprios magistrados veem seu papel na economia e no direito. Sua pesquisa revelou que 83% dos juízes brasileiros acreditavam que o Judiciário não é neutro e que cabe aos magistrados interpretar a lei para influenciar a mudança social, enquanto 73,1% concordavam que a busca pela justiça social justifica decisões que violem contratos. Se os magistrados continuam a priorizar valores sociais acima da segurança jurídica, como a pesquisa indicava, isso contribui para a incerteza nos contratos e para o aumento do custo das transações econômicas. Após mais de 20 anos, seria interessante replicar esse estudo para entender se algo mudou, e em que direção.